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Staking, lending, pools - esclarecendo os termos

As explicações que precisas para tirar partido das tuas criptomoedas

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Oct 29, 2025
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Quando se fala em “ganhar criptos”, é quando os cépticos levantam a sobrancelha e os ingénuos caem em scams.

Da mesma forma que ninguém anda por aí a distribuir dinheiro, também ninguém anda por aí a dar criptos (pelo menos, não as que têm algum valor).

Para quem chegou recentemente a este meio, é sempre bom lembrar as formas (legais) de se “ganhar” criptos:

  • comprando com o nosso próprio dinheiro numa corretora;

  • recebendo cripto como forma de pagamento por algum serviço prestado ou produto vendido;

  • como doação de algum amigo caridoso;

Além destas formas, todas as outras “oportunidades de ganhar criptos” que nos sejam apresentadas, devem ser analisadas com muito cuidado. Se parecer um scam é porque, muito provavelmente, é mesmo.

Há no entanto, 4 outras formas perfeitamente legais, que nos permitem ganhar criptos, mas que requerem um nível conhecimento um pouco maior.

NOTA: o artigo é um pouco longo, porque não há forma de simplificar isto. Para coisas rápidas que, geralmente não dão em nada ou acabam mal, já chegam as redes sociais. Para aprender, é preciso ir algum detalhe. Se preferires, guarda o link e volta sempre que precisares.

Para evitar males maiores, vamos então perceber o que são staking, lending, pools e airdrops.

Cada um destes métodos tem riscos e retornos diferentes, por isso, é importante entendê-los.


STAKING

O staking faz parte do mecanismo de consenso (proof of stake) utilizado por muitas blockchains. Ao participarmos no staking, estamos a contribuir para a segurança, integridade e funcionamento da blockchain em questão, porque:

  • Serve de incentivo ao bom comportamento dos operadores dessa blockchain (também chamados de validadores). Na maioria dos casos, são eles que ficam com o valor que nós decidirmos colocar em staking. Se for detectada actividade anómala ou maliciosa, os validadores estão sujeitos a um processo de slashing, podendo perder parte ou a totalidade do valor que lhes foi alocado.

  • Ajuda a tornar os ataques mais difíceis. Para se ter controlo sobre uma rede/blockchain, é preciso controlar, pelo menos, 51% dos validadores. Por isso, quantos mais validadores e stakers tiver uma blockchain, mais difícil e desmotivador é para quem quiser atentar contra o funcionamento de uma blockchain.

Em termos práticos, para nós, comuns utilizadores, o staking é como se fosse uma aplicação de poupança, pela qual recebemos juros.

A diferença é que, em vez de ser um banco a ficar com o dinheiro que depositámos, quem fica com as nossas criptos, são as pessoas que estão a garantir o funcionamento da blockchain que estamos a usar.

O percentual deste “juro” varia consoante cada blockchain e a sua forma de operar.

Costumam haver também períodos de bloqueio da quantia que decidirmos colocar em staking.

Algumas blockchains permitem staking líquido (em que as criptomoedas alocadas ao staking podem ser movimentadas numa questão de minutos ou horas) mas, a maioria, tem períodos de bloqueio que vão desde alguns dias, até semanas.

Por isso, antes de se decidir colocar as nossas criptomoedas em staking, deve-se confirmar quais são esses períodos de bloqueio e se estamos confortáveis com eles.

Como tudo tem os seus riscos, o staking não é excepção. Aspectos a ter em atenção:

  • O período de bloqueio - principalmente nos casos em que demora semanas. O mercado ou a criptomoeda da qual estamos a fazer staking, pode desvalorizar significativamente e, devido ao período de bloqueio, não conseguiremos fazer nada. Se a tivermos disponível, podemos vender imediatamente (se assim entendermos). Se tivermos de esperar pelo período de desbloqueio, na hora que ela ficar disponível, a queda pode ter sido tão grande, que já nem vale a pena vender.

  • Slashing (penalidades) - conforme mencionado em cima, o slashing aplicado ao validador, em algumas blockchains, pode também ser transposto para as criptomoedas que tivermos alocado a esse validador. Ou seja, há um risco (ainda que remoto), de recebermos menos criptomoedas do que as que alocámos ao staking. Uma forma de reduzir este risco é, de tempos a tempos, espreitar o desempenho do staking. A maioria das blockchains mostram, inclusivamente, o desempenho dos validadores. Se virmos algo que nos preocupe, podemos sempre mudar de validador.

  • Risco da contraparte - muitas pessoas, fazem staking através da corretora onde compraram as criptomoedas. É um processo super simples e não dá trabalho nenhum. No entanto, como se diz nesta área, “se não tens as chaves, as moedas não são tuas”. O que quer dizer que, se essa corretora tiver algum problema, podemos perder as moedas que colocámos em staking. A solução passa por aprender a trabalhar na blockchain e com digital wallets para fazermos nós mesmos o staking directamente on chain. De referir também que, ao fazer staking através de uma corretora, estamos a utilizar um intermediário que pode alterar as regras sempre que entender.

  • Risco do contracto - já vimos que a blockchain funciona com smart contracts. O staking é também ele um contracto inteligente. Apesar de ter “inteligente” no nome, ele foi feito por humanos que não são perfeitos, por isso, podem haver falhas susceptíveis de virem a ser exploradas por hackers. Uma forma de reduzir este risco, é optar por só fazer staking de criptomoedas com um bom historial.

O staking é uma forma relativamente simples de ganharmos algumas criptomoedas - principalmente se estivermos a trabalhar com horizontes temporais longos.

Vamos agora ver outras duas formas de ganhar criptos: Lending e Liquidity Pools.

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