Investimento ≠ Poupança
Investimento e Poupança são duas palavras que costumam ser usadas em conjunto e que podem levar à mistura de conceitos, principalmente, para quem está a começar.
A diferença, em termos simplistas, é a seguinte:
Poupança, é o equivalente àquilo que se fazia nos tempos nossos avós e bisavós, que guardavam o dinheiro debaixo do colchão. Hoje em dia, guardamos o dinheiro no banco e, em vez dele ser comido por traças, é comido pela inflacção e comissões bancárias.
Investir, é como educar um filho de forma responsável e dar-lhe asas: "vai, cresce e volta com amigos". Sendo que, neste caso, os "amigos" são os dividendos ou mais valias.
Como disse, esta é uma explicação muito simplista - para quem só lê os primeiros parágrafos - e que, até pode fazer com que a Poupança pareça aquela amiga chata da nossa avó.
Mas, não é bem assim. A Poupança tem um papel essencial em toda esta questão dos Investimentos e das Finanças Pessoais e é por ela que se deve começar.
Ainda antes de começar a pensar em Investir, em que activos e através de que instrumentos, é importante ter uma Poupança ou um Fundo de Emergência.
O valor da Poupança ou do Fundo de Emergência, varia de pessoa para pessoa, consoante a sua realidade e contexto. Encontramos muitas opiniões sobre este assunto por aí mas, podemos considerar que o Fundo de Emergência deve ser composto pelo equivalente a 6 a 12 meses daquilo que são as nossas despesas mensais.
Para quem tem filhos, talvez seja recomendável que este fundo seja superior a 12 meses. Para quem tem menos de 30 anos e mora com os pais, talvez possa arriscar mais e contentar-se com apenas 3 ou 6 meses. Enfim, as circunstâncias variam e por consequência, também a nossa decisão sobre a quantia deste Fundo.
O importante a reter é que, este Fundo de Emergência ou Poupança, é um valor que deve estar colocado de parte (até pode ser numa conta bancária separada das restantes) e que, só deve ser usado, como o próprio nome indica, em casos de emergência - se ficarmos desempregados, se houver algum acidente, se surgir alguma despesa avultada e completamente inesperada, etc.
Caso esse Fundo de Emergência precise de ser usado. A prioridade seguinte - para pessoas responsáveis - deverá ser a de repor o valor que foi retirado.
Onde guardar esta Poupança ou Fundo de Emergência?
Debaixo do colchão, era uma piada, ok? Mas, se tiveres um cofre seguro em casa, pode ser uma alternativa. De resto, a resposta geral é: num banco, preferencialmente numa conta que seja remunerada ou que pague algum tipo de juros - qualquer que seja a escolha, o importante é que o dinheiro esteja disponível a qualquer momento, já que as urgências, geralmente, não marcam hora.
Certificados de aforro, são outra opção que algumas pessoas escolhem. Também é uma opção válida. Mas, é preciso considerar que, durante os primeiros 6 meses, o dinheiro não pode ser movimentado - ou seja, durante este período, não podemos considerar propriamente esse dinheiro como Fundo de Emergência, porque não podemos usá-lo.
Só depois de termos esta fase definida e arrumada, é que devemos passar à fase seguinte: os Investimentos - pôr o nosso dinheiro a trabalhar!
E, para quem se esteja a perguntar porquê, a resposta é simples: Investir envolve risco. Existe a possibilidade real de se perder parte ou a totalidade do valor que investirmos. Por isso, primeiro deve-se estabelecer uma Reserva ou Fundo de Emergência e, só depois, pensar em investir o resto.
Se alguém te apresentar algum produto ou instrumento financeiro, que prometa retornos sem riscos, duvida e pensa duas, três ou quatro vezes antes de avançares.
Mas, não precisas de te desmotivar. Existem formas de minimizar os riscos de investir. Estar bem informado/a, é uma delas - e é por isso que este Diário existe.
Aproveita para subscrever e ficares a par 😉